Depois que saímos da Montanha Russa, e de eu ter
pedido um milhão de vezes para irmos de novo, resolvemos ir para casa. Eu e
Clara fomos para casa, Harry e Niall vieram conosco. Chegamos, eu subi para meu
quarto, Clara para o dela e os meninos ficaram na sala. Tomei um banho me vesti
e desci, Clara já estava lá.
--- Nat, vamos
assistir a um filme, quer ver? – perguntou Niall.
--- Na verdade
eu estava pensando em dar uma volta aqui por perto, amor, se você não estiver
cansada – Harry interrompeu.
--- Pode ir
Nat, a gente fica aqui – Clara falou.
--- Esta bem,
vamos! – eu disse já me dirigindo à porta, eu não estava com muita vontade de
ver filme não.
Eu e Harry
saímos de mãos dadas e fomos andando pela rua.
--- Quer dizer
que a minha pequena perdeu o medo de montanha russa – Harry falou em um tom
orgulhoso.
--- Sim! – eu
afirmei – por causa de você.
--- Mas foi
você que perdeu o medo – ele falou.
--- Perdi
porque você estava ali comigo, então não precisei sentir medo, eu sei que você
não iria me deixar – eu disse e ele se virou para mim.
--- Não iria,
não deixo e nunca vou te deixar Nat, você é a minha vida agora, eu não sei o
que seria de mim sem você, além de você ser a pessoa que eu amo você é a minha
melhor amiga, a qual sempre está do meu lado nos momentos ruins e bons – meus
olhos já estavam cheios d’água, seus olhos também estavam marejados – e é por
isso que eu vou, sempre, te proteger, nunca te deixar porque eu preciso de
você, aqui, comigo! Eu te amo Natália!
Depois que ele
disse tudo isso, eu, que já estava chorando, só conseguir pular no colo dele e
o beijar.
--- Harry, eu
te amo tanto, não sei o que eu fiz para te merecer – ele me interrompeu e me
beijou, e eu continuei – eu não conseguiria viver sem você, você é quem me dá
força todos os dias, não quero mais ninguém só você.
Ele me beijou,
nós ficamos abraçados um bom tempo. Depois de alguns minutos sentamos no meio
fio, ele me contava histórias de quando ele era criança, me falou do que ele e
Gemma faziam quando eram crianças, eu só sabia rir. Mas, aqueles risos e
alegrias acabariam no instante seguinte. Eu estava ao lado de Harry, sentada, e
ele me abraçava de lado quando, não sei como, não vimos o carro vindo e nossa
direção, quando o carro, desgovernado, subiu em cima do meio fio, estava
prestes a bater no Harry, eu o empurrei, ele tentou voltar e me segurar mas não
deu tempo, eu só ouvi um grito e mais nada.
Harry on.
A Nat estava
rindo tanto das minhas histórias, eu gostava de ver seu sorriso, até que fomos
surpreendidos com um carro vindo em nossa direção, ele estava muito rápido, só
percebemos quando já estava prestes a bater, a Nat me empurrou, provavelmente,
para o carro não bater em mim, mas ele bateria nela então eu corri tentando a
abraçar e tentar diminuir o impacto, mas, não deu tempo.
--- Nat! – eu
gritei.
Quando a vi ela
já estava no chão, sangrando e desacordada. Entrei em choque, meu coração
acelerou e eu caí ajoelhado no chão ao lado dela e comecei a chorar, e chorei
muito. Liguei para a ambulância, que quase não conseguiram me entender de tanto
que eu chorava. Me lembrei do motorista, e uma raiva tomou meu corpo, olhei
para trás, ele estava desacordado, aparentemente bêbado, mas eu não estava nem
aí, contanto que ele fique lá para depois eu tirar satisfações com ele. Fiquei
ali com Nat que era o que eu mais me preocupava, fiquei tão apreensivo, eu
tentava acordá-la e ela não respondia, eu chorava cada vez mais, se alguma
coisa acontecesse com ela a culpa seria mim, eu levei ela para sair, juro que
se acontecer alguma coisa com ela eu não vou me perdoar, nunca. Ouvi a sirene
da ambulância, e logo atrás dois carros de polícia, nesse momento pessoas iam
se aglomerando em nossa volta. Pararam e imobilizaram a Nat.
--- Que é você?
– me perguntaram.
--- Sou o
namorado dela – respondi entre soluços.
--- Pode vir –
o enfermeiro me chamou.
Eu entrei
correndo e no caminho eles iam examinando a Nat.
--- Ela ainda
está com vida – um enfermeiro disse para o outro – mas pelos meus cálculos,
precisará de uma cirurgia.
--- Você já
comunicou os pais dela? – um enfermeiro me perguntou.
--- Ela é
brasileira, mas mora aqui, os pais estão no Brasil – eu respondi.
--- Ok, quando chegarmos ao hospital preciso que avise
os pais dela – o enfermeiro disse e eu assenti.
No mesmo
momento meu celular tocou, era a Clara, eu havia me esquecido dos dois.
--- Harry? –
ela perguntou, já assustada.
--- Oi, Clara –
respondi.
--- O que
houve? Você e a Nat estão bem? – acho que a Clara se assustou com minha voz
entre soluços.
--- Clara... –
eu respirei fundo – a Nat sofreu um acidente.
--- O que? – a
Clara deu um grito no telefone e não falou mais nada, depois eu a ouvi chorando
e o Niall pegou o telefone.
--- Harry, onde
vocês estão? – Niall perguntou, também assustado.
--- Estou na
ambulância com ela, estamos indo para o hospital Spire Cheshire – eu disse.
--- Ok, estamos
indo para lá – Niall desligou e eu ouvi Clara chorando, o que me fez chorar
mais ainda quando olhei para a Nat, ela ainda estava desacordada.
--- Vai ficar
tudo bem – o enfermeiro me disse.
Chegamos no
hospital e desceram com a maca dela, eu fui atrás deles e quando passaram
correndo pela porta da sala de cirurgia eu tentei entrar junto, mas não me
deixaram.
--- Desculpe
senhor, mas você pode entrar – um segurança me disse.
--- Não, por
favor, é minha namorada que está ali dentro, eu preciso ficar com ela – eu
falei quase me ajoelhando.
--- Lamento,
terá que esperar aqui – ele disse apontando para um sofá da sala.
Eu me direcionei
para o sofá, sentei, abracei minhas pernas e comecei a chorar como uma criança.
Lembrei do que o enfermeiro me disse, para avisar a família dela, então peguei
seu celular e liguei.
--- Alô?
Natália? – a mãe dela atendeu.
--- Dona
Solange, sou eu Harry.
--- Oi Harry,
tudo bem? Olha vê se vocês dois vem aqui no Brasil qualquer dia, ok? Quero te
conhecer, minha filha fala muito de você.
--- Vou sim,
mas agora eu preciso falar uma coisa para a Senhora – eu disse juntando minhas
forças para não chorar.
--- O que foi?
Aconteceu alguma coisa? – ela perguntou já com a voz trêmula.
--- A-a Nat
sofreu um acidente – eu disse e as lágrimas começaram a rolar.
--- O que? Como
assim? – ela ficou assustada.
--- Um carro
bateu nela e estamos no hospital, ela está na sala de cirurgia.
--- M-mas Harry
– ela começou a chorar.
--- Fica calma
Dona Solange – não aguentei conter o choro – eu ligo mais tarde para dar mais
notícias.
--- Tudo bem,
me liga, por favor – ela estava chorando muito – minha filha tem que ficar bem.
--- Ela vai
ficar, eu prometo – disse entre soluços e desliguei o telefone.
Voltei para o
sofá, na mesma posição e voltei a chorar.
--- Harry, onde
a Nat está? – Clara entrou berrando no hospital, e todos fizeram um “shhh”. Ela
parou, me viu chorando, me abraçou e começou a chorar comigo.
Depois de um
tempo ali, deprimidos a Clara falou.
--- Harry, você
comeu alguma coisa?
--- Não – disse
chorando, eu não estava nem um pouco com fome.
--- Você tem
que comer alguma coisa – ela insistiu.
--- Não Clara,
não quero nada.
--- Não é
questão de querer, você precisa – ela disse se levantando.
--- Amor, eu
vou ficar aqui com ele, esta bem? – Niall falou.
--- Ok, já
volto – Clara disse deixando a sala.
--- Harry, vai
ficar tudo bem. O que aconteceu hoje? – Niall me perguntou baixinho, eu
respirei fundo e comecei a falar.
--- A gente
estava rindo sentados no meio fio, e não vimos um carro, desgovernado, vindo em
nossa direção, a Nat ainda conseguiu me empurrar para que o carro não batesse
em mim... Mas bateu nela – expliquei para o Niall, e as lágrimas insistiam a
cair novamente – deveria ser eu Niall, era para eu estar naquela sala de
cirurgia agora, era para eu estar desacordado... Era para eu estar correndo
risco de vida, mas não, ela me empurrou e o carro não bateu em mim, bateu na
pessoa que eu mais amo.
Os olhos de
Niall já estavam marejados e ele me abraçou.
--- Não fala
assim – ele disse – ela não está correndo risco de vida, ela vai ficar bem.
Depois de um
tempo ainda sentado ali eu lembrava da Nat, que poucas horas atrás estava
rindo, me beijando, me abraçando.
--- Trouxe isso
para você – Clara veio com um sanduíche e uma Coca-Cola.
Comi, apesar
de não estar com fome, mas eu sabia que precisava. Clara se sentou do lado de
Niall que a abraçou... Como eu queria que a minha namorada estivesse ali,
abraçada comigo. Depois de horas e mais horas esperando o médico veio falar
conosco.
--- Então
Doutor, ela está bem? Posso vê-la? – eu disse me levantando, Niall e Clara
estavam apreensivos atrás de mim.
--- Olha, ela
teve que submeter a uma cirurgia de emergência – as palavras dele apertavam
cada vez mais meu coração – mas ocorreu tudo bem.
Um alívio tomou
conta do meu corpo, era muito bom saber que ela estava bem e logo a teria de
novo para mim.
--- Mas ela
ainda está desacordada – ele continuou – e vocês não vão poder visita-la agora.
--- Não Doutor,
por favor, eu preciso vê-la – eu insisti.
--- Harry,
daqui a pouco vamos poder vê-la – Clara disse me sentando.
--- Agora você
tem que se acalmar – Niall continuou.
--- Daqui a
pouco eu venho chama-los para entrar – o médico disse saindo.
--- Obrigada –
disse Clara.
--- Eu preciso
vê-la – eu falei.
--- Você já vai
vê-la – Niall disse.
Depois de mais
horas esperando o médico voltou.
--- Você já
pode entrar rapaz – ele disse, eu já estava quase no quarto dela – mas só um
acompanhante.
--- Pode deixar
ele ir – Clara interrompeu.
Eu entrei com o
médico me acompanhando, no caminho ele disse.
--- Ela ainda
não acordou, e pode ser que não acorde tão cedo, pois a cirurgia foi muito
tensa.
Eu assenti com
a cabeça, naquela hora eu só queria ver a Nat. Cheguei no quarto dela, a vi
deitada na cama, desacordada, eu senti uma vontade de correr e abraçar ela.
--- Vou deixar
você sozinho – o Doutor disse – tome cuidado.
Eu fechei a
porta, me sentei ao lado dela e peguei sua mão.
--- Por que
você fez isso amor? – disse baixinho – Era para ser eu aí nessa cama.
Fiquei olhando
para ela, acariciando seu rosto, não via a hora dela acordar e dar aquele
sorriso para mim. Eu acabei adormecendo na poltrona, quando acordei me lembrei
de ligar para a mãe dela.
--- Alô? Harry?
– ela atendeu assustada.
--- Dona
Solange, sou eu – eu disse mais calmo – a Nat está bem, ocorreu tudo bem com a
cirurgia e ela deve acordar daqui a pouco, estou no quarto dela.
--- Ai que bom,
meu filho – ela também se aliviou – quando ela acordar você pode me ligar?
--- Claro, ligo.
--- Obrigada,
tchau.
--- Tchau – disse e
desliguei o telefone.
Fiquei olhando para a
Nat e ela começou a se mexer e não demorou muito abriu os olhos.
--- Amor! Que bom que
você está bem – disse beijando a testa dela.
--- Harry, onde a
gente está? – ela perguntou um pouco desorientada.
--- Estamos no
hospital, você sofreu um acidente. Não se lembra?
--- Um pouco.
--- Natália, você me
deu o maior susto! Não podia me imaginar sem você – eu queria beijá-la, mas não
podia.
--- Nem eu sem você,
por isso te empurrei – ela disse com aquele sorriso lindo – só disso que eu me
lembro.
--- Não era para você ter
feito aquilo, eu para eu estar nessa cama agora – eu disse.
--- Mas você é mais
forte que eu, eu não aguentaria ficar lá fora sabendo que você estaria aqui.
--- Nat, você nem sabe
o quanto eu chorei, como uma criança, cheguei a pensar que não te teria mais –
eu disse e algumas lágrimas caíram dos meus olhos.
--- Não fala isso, eu
estou aqui, não estou? – ela disse enxugando as lágrimas – vai fica tudo bem.
O médico entrou na
sala e falou.
--- Bom, você vai ter
que engessar a perna direita, deve levar alta em alguns dias e quando estiver
em casa terá que fazer muito repouso.
--- Sim, doutor – ela disse.
--- Pode deixar Doutor
– eu afirmei.
Chegaram alguns
enfermeiros para levar a maca dela e fazer o gesso.
--- Você espere aqui –
o médico disse se virando para mim, eu assenti com a cabeça e eles saíram com
ela.